A Natureza da Luz: O Axioma Principal

Isso afirma que as Leis da Física devem ser as mesmas, dos pontos de vista de todos os observadores, em todos os quadros de referência. A partir disso, muitos erroneamente concluem que a velocidade da luz deve apar­ecer a mesma para qualquer observador em todos os quadros de refer­ência. [English]

Ilustração de uma lei como a relação entre uma causa e seu efeito. A ciência, como qualquer outra coisa, deve ser construída sobre uma base. O fundamento em que a ciência é construída é uma crença inicial que é tão fundamental que não pode ser investigada ou comprovada. Baseia-se necessariamente na melhor observ­ação coletiva e intuição dos cientistas através da história. A obser­vação coletiva básica na ciência é que os efeitos são invariavel­mente e consistentemente relacionados às causas. A intuição coletiva básica é que essas relações são leis invariáveis imutáveis, que são a essência fundamental do universo.

Todos os cientistas em todos os lugares sempre observaram que essas leis eram as mesmas. Então, essa crença, que é o fundamento da ciência, é a seguinte:

As Leis da Física são exatamente as mesmas dos pontos de vista de todos os observadores em todos os momentos, em todos os lugares e em todos os quadros de referência.

Isto é o que eu (e talvez outros, eu não sei) chamam o Axioma Principal. É o Ato da Fé em que toda a ciência se baseia.

As Leis da Física relacionam-se a maneira no que um tipo de quantidade observável é constrangido para variar somente de acordo com as mudanças em outros tipos específicos de quantidades observáveis. Por exemplo, como a força aparente entre duas massas varia de acordo com as quantidades da massa e da distância entre elas. Escrito em uma forma de taquigrafia chamada matemática, essa relação é F & (M1M2)/r2. O símbolo & aqui significa "é proporcional a".

Exemplo da lei da gravitação de Newton como a relação entre massa e força de atração. Essa relação de proporcionalidade implica que ex­iste uma certa quantidade constante que define a relação. Assim, o & pode ser substituído por um sinal = e multiplicando o resultado por uma quantidade con­stante, que, neste caso, por convenção, é chamada de G. Assim, a Lei de Newton a respeito de atração gravitacional pode ser escrita definitiva­mente como F = G(M1M2)/r2. Mas G não é uma con­stante arbitrária inventada pelos cientistas. O seu valor ou quantidade é uma propriedade invariável intrínseca imutável do universo.

Cada uma das muitas Leis da Física incorpora uma ou mais constantes naturais tal como G. As leis que definem o modo como as ondas eletromagnéticas (da qual a luz é de um tipo) se propagam através do espaço incorporam duas constantes naturais que, por convenção, são representadas pela símbolos ε0 e μ0. Os valores dessas constantes foram determinados consistentemente por experimentos de lab­oratório padrão estabelecidas.

Para que o Axioma Principal seja mantido, ε0 e μ0 devem ter os mesmos valores quando medidos por qualquer cientista a qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer quadro de referência. Quando duas constantes naturais imutáveis são multiplicadas, o resultado é obrigado, pela lei natural, a ser outra constante natural imutável. A raiz quadrada do produto dos reciprocais dessas duas constantes nat­urais é a velocidade da luz, que é, por convenção, representada pelo símbolo c. Conseqüentemente, para que o Axioma Principal seja mantido, a velocidade da luz, c, deve ter o mesmo valor para qualquer observador a qualquer momento, em qualquer lugar e em qualquer quadro de referência.

Como o relógio de luz mostra que, para que o O Axioma Principal seja mantido, a velocidade da luz, c, deve ter o mesmo valor para qualquer observador a qualquer momento, em qualquer lugar e em qualquer referencial. É por esta razão que o comportamento interno do relógio de luz deve ser diferente no quadro de referência de um observador ao qual o relógio de luz tem uma velocidade relativa, v, que é uma fração significativa da velocidade da luz. Essa dif­erença de comportamento manifesta-se como uma dilatação do tempo t0 ÷ t entre os dois quad­ros de referência. Não obstante, essa suposição choca com a forma como um relógio mecânico comportaria-se. O tempo só parece estar dilatado para a passagem da luz. Não há motivos para supor que o tempo seja dilatado para uma roda giratória rotativa ou um pendulo balançando.

Eu me vejo perturbado pelo que vejo aqui como uma falha conceitual na inter­pretação estabelecida do Axioma Principal. Conseqüentemente, encontro-me preso por uma irresistível obrigação de investigar.

A Natureza do Espaço e Tempo

Espaço: um vazio no qual um objeto pode mover-se livremente em 3 dimensões independentes. Imagino o espaço como vazio. Não obstante, eu intuitiva­mente vejo que ele tem 3 dimensões. Eu especulo, port­anto, que o espaço verdadeiramente vazio não é feito de "nada". Se assim o fosse, não teria dimensões e, portanto, não poderia conter nada. Mas o espaço contém coisas. Consequentemente, além de ter dimensões, também deve incorporar todas as leis da física necessárias para facilitar a formação e operação de tudo o que existe dentro dele.

Representação da noção de que o tempo passa na mesma taxa aparente, esteja ou não viajando pelo espaço a qualquer velocidade específica em relação a qualquer outra coisa. Como um ser consciente, percebo a passagem de algo que as pessoas se referem como tempo. Meu processo de pen­samento só pode ocorrer através ou dentro do tempo. O tempo passa para o que me parece ser uma taxa const­ante. Além disso, ele passa a essa velocidade se eu estou ou não viajando pelo espaço a qualquer velocidade parti­cular em relação a qualquer outra coisa. Eu percebo o tem­po para passar em qualquer dimensão espacial em que eu mude. Eu, portanto, vejo o tempo como independente do espaço.

Minha concepção do tempo provavelmente está relacionada à taxa em que os pro­cessos ocorrem no meu cérebro. Unidades artificiais de tempo, tal como horas, minutos e segundos, só têm significado na medida em que eu posso medí-las em termos da minha percepção consciente da passagem do tempo.

O Meu Quadro de Referência

O tempo eo espaço, portanto, parecem ser aspectos de um recipiente universal que fornece meios de facilitar minha existência. Posso mover mim mesmo pelo espaço ou, alternativamente, posso ser movido pelo espaço por algum agente ext­erno. Não tenho nenhuma opção sobre se eu ou não passar pelo tempo. O tempo avança independentemente. Nenhum poder pode parar o tempo ou mesmo influ­enciar a sua taxa de passagem.

Representação gráfica do meu horizonte de eventos pessoal. Este recipiente universal de tempo e espaço, sobre o qual minha percepção consciente preside, é o que é conhecido como o meu horizonte de eventos. O meu ser consciente reside no centro. Enquanto olho para fora, olho para frente no espaço e, por conseqüência, também para trás no tem­po. É o pano de fundo, que fornece o contraste contra o qual eu sou capaz de perceber todas as coisas. É o meu critério — meu quadro de referência pessoal — contra o qual somente eu posso comparar todas as coisas.

Então, estou ciente do espaço e do tempo e percebo que eu, como observador consciente, estou necessariamente ligado a um marco de referência único no espaço e no tempo. Este quadro de referência é o meu horizonte de eventos pass­ado e minha consciência habita um ponto-singularidade, que é o ponto mais antigo dentro dele. A partir deste ponto de vista, eu posso observar o que pode existir no meu horizonte de eventos passado.

Não obstante, para observar qualquer coisa, minha consciência deve ser provide­nciada com algum tipo de canal de comunicação, que o vincula ao domínio físico do espaço e do tempo. Esse canal é minha mente, que opera dentro do meu cérebro, que é acomodado e sustentado pelo meu corpo. No espaço, meu corpo precisa de algum tipo de ambiente de apoio à vida, como a Terra ou, pelo menos, um traje espacial. E tudo isso constitui um objeto. Portanto, um observador é necessaria­mente um objeto no espaço e no tempo.

Imagem genérica de um homem. Até agora, ainda não introduzi a noção de luz no meu quadro de refer­ência. Conseqüentemente, há apenas um meio pelo qual eu posso saber se existe ou não algo além de mim. Este meio é uma força externa aplicada no meu corpo. Uma força externa deve ser aplicada em algum ponto da superfície do meu corpo. A substância do meu corpo está relutante em ser movida por essa força externa. Essa relutância é uma propriedade de objetos chamados de inércia. Isso resulta em meu corpo reagir contra a força externa aplicada com uma força igual e oposta.

Para que meu corpo reaja contra a força externa no ponto em que é aplicado, to­das as forças reacionárias contributivas, de todos os pontos do meu corpo, devem ser transmitidas para esse único ponto. Meus sentidos podem detectar a trans­missão dessas forças reacionárias contributivas em toda a estrutura do meu corpo. Por esse meio, tomo consciência da força externa que está sendo aplicada. Não obstante, não posso, ao experimentar uma força aplicada externamente, tomar consciência da existência de outros objetos como eu que possam coexistir comigo no espaço.

Um par de esferas idênticas orbitando uma a outra ao redor de um centro comum. Para que eu me torne um observador, deve hav­er pelo menos dois objetos no meu quadro de refer­ên­cia: 1) eu, o observador, e 2) o objeto que estou observando. Eu me represento, o observa­dor e o objeto que estou observando, por duas esferas, como mostrado à direita. Por conveniên­cia, cada esfera deve ser considerada estacion­ária dentro do quadro de referência do outro. Então, uma vez que ambos têm massa, as duas esferas necessaria­mente orbitam umas às outras em torno de um centro comum.

No entanto, como um observador quem está, até agora, ainda cego, não posso ter nenhuma noção de se estou em órbita em torno de outra massa ou se estou verdadeiramente sozinho no espaço livre. Não há nenhum mecanismo pelo qual eu possa obter informações sobre o qual é o caso.

Além disso, se o outro objeto de repente deixasse de existir, eu não teria meios de saber que isso aconteceu. É verdade que haveria uma mudança extremamente pequena no gradiente de gravidade em linha com o objeto desaparecido. No en­tanto, qualquer vara de medição que eu gostaria de usar para tentar detectar essa mudança sofreria o mesmo alongamento que qualquer coisa o que eu possa tentar medir com ela. Conseqüentemente, a mudança seria fundamentalmente indetect­ável.

Quando um objeto a certa distância de mim desaparece, é algum tempo antes que a influência gravitacional do objeto sobre mim cesse. Isto é o tempo que a mudança no fluxo gravitacional precisa para viajar — como uma onda à velocidade da luz — da localização do objeto desaparecido, para mim. Por que não há funda­mentalmente nenhum mecanismo pelo qual eu poderia detectar essa mudança de fluxo, é evidente que uma assim-chamada onda de gravidade não pode transmitir informações.

Não obstante, sem luz, não consigo conscientizar se estou ou não em movimento em relação a outros objetos, ou mesmo que outros objetos existem.

Que Haja Luz

Com a existência da luz, percebo que outras coisas, que são independentes do meu eu consciente, existem junto comigo neste recipiente universal de tempo e espaço. Então eu estou ciente de que compartilho espaço com outros objetos.

Ao observar, percebo que estou de alguma forma recebendo informações sobre a posição, o movimento, o tamanho e a natureza do que estou observando. Eu, port­anto, deduz que algo deve me transmitir essas informações dos objetos que estou observando. No entanto, não consigo ver o que é que me traz essa informação. Só posso ver o que ele entrega. Este mensageiro enigmático é o que conhecemos como luz.

Representação do tecido do espaço-tempo. Classicamente, assumiu-se que a luz deve viajar como um distúrbio progressivo dentro de um meio fluido de uma maneira semelhante à for­ma como as ondas sonoras viajam pelo ar. Eles chamaram esse meio do éter luminífero. Isto formaria neces­sariamente um quadro de refer­ência universal fixo ao qual a velocidade da luz deve ser ligada. Todos os corpos celestes move­riam-se em relação a este éter. Em conseqü­ência, a velocidade em que a luz viajou entre objetos celestes variaria de acordo com a velo­cidade e direção dos objetos.

Além disso, o movimento de todos os corpos celestes através do éter produzia ond­as de proa e de arrasto — assim como um navio faz quando o viaja através o oce­ano. A observação experimental, no entanto, mostrou que a velocidade da luz não variou com direção e que parecia ser independente do movimento relativo entre suas fontes e observadores. A partir disso, foi razoável deduzir que o éter lumin­ífero não existe. Sendo assim, o espaço deve estar essencialmente vazio. Não deve conter nenhum meio transmissivo para a luz. A luz deve, portanto, viajar através de nada.

Um objeto material, como uma pedra ou um planeta, não precisa de um meio no qual viajar. Sua existência é independente de qualquer meio. Talvez a luz também tenha essa propriedade. Não é simplesmente uma zona viajando de estresse dentro de um meio. Pode viajar sozinho através do espaço vazio porque existe por direito próprio como faz um objeto material.

A Visão Estabelecida

A visão estabelecida é que a luz viaja ostensivamente como uma esfera de energia em constante expansão. À medida que viaja, essa energia se torna cada vez mais esparsamente distribuída. Sua densidade de energia parece estar em queda livre. À medida que viaja, sua energia é distribuída por uma camada esférica em expansão, cuja área de superfície cresce a uma taxa acelerada.

Nesta visão, segue-se que a luz parece ser composta de campos de força elétrica e magnética interagindo, os quais, também ao contrário de um objeto material, não têm massa de repouso. Os campos de força no espaço devem, portanto, ser uma forma de material sem massa. Eles parecem não ter substância, mas existem por conta própria, independentemente de qualquer meio.

Um pulso de radiação eletromagnética deve, portanto, ser um objeto material sem massa, cuja natureza o restringe a estar em um estado constante de expansão de seu ponto de origem ao infinito. Parece ter uma busca ou motivo inerente para espalhar sua energia o mais rápido possível dentro dos limites de uma concha esférica em expansão. Mas não pode espalhar sua energia instantaneamente.

Inércia Eletromagnética

Novamente como um objeto material, a radiação eletromagnética — embora não tenha massa de repouso — ainda parece ter inércia. A inércia de um pulso eletro­magnético parece ter dois aspectos complementares. Eles são as duas constantes universais conhecidas como a constante elétrica [anteriormente conhecida como permissividade elétrica do espaço livre] e a constante magnética [anteriormente conhecida como a permeabilidade magnética do espaço livre]. Por convenção, eles são representados pelos símbolos ε0 e μ0.

Os pequenos sufixos zero indicam que são os valores em espaço livre ou vácuo, em que nenhuma substância material de qualquer tipo está presente. Muitas substân­cias materiais possuem valores de ε e μ que são superiores a ε0 e μ0. Mas o fato de que ainda possuem valores finitos no vácuo verifica que eles são propriedades fun­damentais dos próprios campos elétricos e magnéticos.

Existem experimentos de laboratório elétricas e magneticas rigorosas que podem ser realizadas "no banco" para determinar os valores de ε0 e μ0. Os valores atual­mente aceitos dessas duas constantes naturais, produzidos por tais experimentos, são os seguintes.

ε0 = 8·85418782 × 10−12 de dimensões L−3 T 4 M−1 I 2
μ0 = 1·25663706 × 10−6 de dimensões L T−2 M I−2

no qual

L = unidades de comprimento (metros)
T = unidades de tempo (segundos)
M = unidades de massa (quilogramas)
I = unidades de corrente elétrica (amperes)

Eu penso que as dimensões horrivelmente complicadas dessas duas constantes uni­versais são muito difíceis de conceituar. No entanto, quando ε0 e μ0 são multipli­cados em conjunto, as dimensões da constante única resultante cancelam para T2L−2. Isto é: segundos quadrados por metro por metro. Mas, embora seja mais sim­ples, isso também não é fácil de conceituar.

ε0 é a permissividade elétrica do espaço livre. A permeabilidade é concebida a partir da noção de permissão. Talvez tenha sido visto dessa maneira porque os experiment­adores e teóricos quem a descobriram que viviam em sociedades que eram govern­adas por regimes que governavam por concedendo permissões. Em outras palavras, um sujeito do estado não podia fazer nada a menos que ele tivesse recebido permissão especifica para fazê-lo. A permissão deve ser adquirido antes da ação.

Mas suponha, em vez disso, consideramos a inércia eletromagnética do ponto de vista do governo por proibição. O cidadão é livre para fazer o que quiser, a menos que esse tipo específico de ato seja proibido. Então, em vez de considerar a medida em que a natureza permite a formação de um campo elétrico ou magnético, con­sideramos o quanto isso impede a formação de tais. A impedância vem após a ação, o que é consistente com a noção de que a causa deve vir antes do efeito.

Em outras palavras, suponha que consideremos os reciprocais de ε0 e μ0. Multipli­car esses reciprocais juntos produz uma constante universal que tem as dimensões: metros quadrados por segundo por segundo. Ou seja, uma área acelerada. Ele retrata algo que está aumentando na área a uma taxa cada vez maior. Isso está dentro do campo da imaginação. Mas o que é isso? Existe alguma coisa familiar para a física que exiba esse tipo de comportamento?

Caindo para o Infinito

Há uma pista de que o efeito do distúrbio original contém uma quantidade fixa de energia, que se espalha para fora através do espaço como uma concha esférica em constante expansão. Isso sugere que a energia é de tal natureza que deseja espalhar-se o mesmo que possível em todo o universo, mas que a inércia eletro­magnética impede o progresso deste processo sem atrito. Assim, a quantidade con­stante de energia E do distúrbio, tal como está dispersando, é espalhada na área superficial A de uma concha esférica sempre em expanção†.

†Em contrapartida, minha visão posterior é que a informação transmitida por ondas chega a um observador como distúrbios ou gravuras dentro de um éter convergente, que eu vejo como o tecido do tempo. Por favor, veja meu ensaio intitulado Eventos e Ondas.

Imagine um balão que é parcialmente inflado. Tem uma região quadrada, de uma cor diferente, marcada em parte da sua superfície. Está sendo inflado de tal forma que seu raio está aumentando a uma taxa constante. A região quadrada em sua superfície aumentará na área a uma taxa acelerada. Em outras palavras, o tam­anho do quadrado será observado para aumentar a uma taxa de aceleração de X milímetros quadrados por segundo por segundo.

A área de um invólucro esférico é 4πr2. Assim, a taxa de mudança da área do in­vólucro é o diferencial A' (hoje em dia geralmente escrito como dA/dt) de sua área em relação ao tempo. Diferenciando, A' = 8πrr'.

Cálculo da taxa na qual a área de uma frente de onda esférica em expansão acelera. Permita-me fazer uma aposta e especular que r' (a taxa de aum­ento do raio do invólucro esférico) é constante. Em outras pala­vras, o raio da esfera aumenta a uma taxa constante, c. Assim, r' = c. Assim, a taxa de aumento na área do invólucro, A' = 8πcr. Mas a taxa A', na qual a área A está mudando, ainda depende do tamanho do invólucro no momento. Então, vamos diferenciá-lo novamente. A taxa de mudança da taxa de mudança da área A" = 8πcr', que, uma vez que r' = c, é 8πc2. Esta é a taxa na qual a área do invólucro esférico está aceler­ando, o que é constante se r' ser constante.

É como se a densidade de energia plana (joules por metro quadrado) do distúrbio, dentro do invólucro esférico, esteja diminuindo de maneira análoga ao modo como um objeto cai sob a influência da gravidade. Em outras palavras, sua taxa de queda acelera. Assim, enquanto os objetos materiais podem ser considerados como energia presa (ou mantida), um estouro de energia eletromagnética pode ser considerado como energia livre (ou em queda). Mas ambos devem necessaria­mente ser objetos no espaço vazio.

Um evento sempre dá origem a uma onda.
Qualquer emissão de energia eletromagnética sempre deve sua existência a um objeto material. Nasce como um evento — como uma mudança do estado de um áto­mo ou a aceleração de um elétron dentro de uma rede metálica — ocorrendo dentro de um objeto material. Por conseguinte, um pulso de radiação eletromagnética pode ser justificadamente consider­ado uma parte material do que o deu à luz.

Assim, se um pulso eletromagnético existe por si só, independentemente de qualquer éter luminífero, e se ele foi emitido por um objeto material, então a origem de seu progresso através do espaço vazio deve necessariamente ocorrer dentro do quadro de referência de sua fonte. Aquilo que o emitiu deve permanecer para sempre a origem do quadro de referência dentro do qual ele se expande. E o raio de sua concha esférica se estende continuamente à velocidade c, que é efetivamente determinada pelas constantes universais de inércia elétrica e magnética.

A Nova Visão Etérica

A física estabelecida parece conceituar a luz de uma forma que é inconsistente com a forma como conceitua os movimentos de objetos materiais. Objetos no espaço livre — galáxias, estrelas, planetas, asteroides — caem em direção uns aos outros e eventualmente se agregam em cada vez menos objetos cada vez maiores. Mesmo que uma estrela exploda, seus fragmentos eventualmente caem de volta, sob a influência do que é chamado de "gravidade", em direção a um centro de "massa" e mais uma vez começam a orbitar e agregar.

Existe alguma razão fundamental para que a luz seja diferente? Eu não consigo ver nenhum. Se a luz fosse algum tipo de explosão, então sua essência deveria eventualmente "retroceder" para a vizinhança de onde se originou. Mas não parece fazer isso. Concluo, portanto, que, uma vez emitido, deve existir em estado de queda.

Uma vez que a luz é emitida, nenhuma força motriz externa está agindo sobre ela para dispersá-la. Conseqüentemente, ele não pode estar exibindo qualquer tipo de inércia eletromagnética que o impeça [uma vez que não tem massa de repouso] de acelerar a uma velocidade infinita e, assim, tornar-se instantaneamente distribuído por todo o universo. Portanto, novamente, isso sugeriria que seu movimento deve resultar de estar em um estado de queda.

A noção de luz estando em um estado de queda em direção a um observador é consistente com o modelo de fluxo etéreo que me esforcei para estabelecer em meus nove ensaios sobre o universo listado no painel à esquerda. Nesta visão, a informação chega a um observador como distúrbios ou gravuras dentro de um fluxo etéreo, que converge esfericamente [ou seja, cai] em direção ao observador — assim como objetos materiais.

Claro, objetos materiais aceleram enquanto caem. A informação transmitida pela luz, por outro lado, pelo menos dentro da distância muito limitada de experiment­abilidade, parece não fazer isso. Mas poderia. Nesse caso, essa aceleração deve ser necessariamente extremamente pequena, mas poderia explicar de forma mais simples os fenômenos que ocorrem em direção aos limites do universo observável.

A visão estabelecida considera que a velocidade da luz, c, é a mesma nos diferentes referenciais de todas as fontes e observadores. Ao explicar a radiação de uma onda eletromagnética de uma fonte, entretanto, a visão estabelecida lida com a dinâmica geométrica do processo de radiação como uma onda viajando dentro do referencial da fonte. Na minha nova visão etérica, a luz é considerada como tendo velocidade c exclusivamente dentro do quadro de referência do observador.

Não obstante, minha nova visão æthereal é apenas uma maneira diferente de perceber o que é observado: uma maneira diferente de obter um controle sobre o que é observado para ajudar a compreender melhor o mecanismo natural. A noção abstrata de fluxo de informações em ambas as visões é a mesma. Assim, as geometrias de traçado de raio dentro dos relógios de luz e caminhos de informação da fonte ao observador são os mesmos.

O Terráqueo e O Alienígena

Eu sou um terráqueo. Eu sou um experimentador. Tenho um laboratório aqui no Planeta Terra. Eu configurei experimentos no meu laboratório para medir ε0 e μ0. Obtenho os seguintes resultados.

ε0 = 8·85418782 × 10−12 de dimensões L−3 T 4 M−1 I 2
μ0 = 1·25663706 × 10−6 de dimensões L T−2 M I−2

O arquetípico homenzinho verde. Eu tenho um amigo. Ele é um alienígena. Ele mora em outro planeta muito distante. Ele também é um experimentador. O planeta dele está viajando com uma velocidade relativa v — que é uma fração consider­ável da velocidade da luz — em relação à Terra. O meu amigo alienígena também tem um laboratório localizado em seu planeta. Ele estabelece experimentos em seu laboratório para medir ε0 e μ0. Ele obtém os seg­uintes resultados.

ε0 = 8·85418782 × 10−12 de dimensões L−3 T 4 M−1 I 2
μ0 = 1·25663706 × 10−6 de dimensões L T−2 M I-2

Os resultados dele são os mesmos que os meus. As Leis da Física são observadas ser as mesmas para nós dois. Assim, o Axioma Principal [que as Leis da Física são iguais do ponto de vista de qualquer observador em qualquer lugar a qualquer momento] é confirmado. Cada um de nós realizamos um outro experimento para verificar diretamente a velocidade da luz. Cada um de nós obteve o mesmo result­ado de 299.792.458 metros por segundo. Novamente, o Axioma Principal é mant­ido.

Agora suponha que eu tenha um link de telemetria hipotético através do qual eu possa assistir os experimentos do meu amigo alienígena sendo realizados. Será que eu vou ver, através deste link, os mesmos resultados dos seus experimentos que ele vê? Não necessariamente.

O meu hipotético link de telemetria, por mais perfeito que seja, é restrito na sua capacidade de transmitir informações. Não pode transmitir informações de forma mais rápida do que a velocidade da luz. O meu amigo alienígena está movendo-se em relação a mim em uma fração considerável dessa velocidade. E os experim­entos dele são projetados para medir coisas que envolvem a velocidade da luz. Por exemplo, se eu medi o tempo da passagem da luz através de seu experimento Michaelson-Morley para medir a velocidade da luz, eu vou obter alguns resultados estranhos, como mostram as experiências do relógio de luz no artigo anterior.

Se o meu amigo alienígena faz a sua medição e depois transmite os seus resultados através do link de telemetria para mim em forma digital, Eu podia ver os mesmos resultados que ele vê. Mas isto é uma represent­ação simbólica dos resultados dele, não as minhas observações diretas dos resultados dele através do espaço. Mesmo assim, para que a inform­ação seja transmitida digitalmente, ele e eu devemos usar a mesma con­venção de codificação pré-estabelecida.

Conseqüentemente, é improvável que o valor de c que o experimento de meu amigo alienígena produza para mim seja o mesmo que para ele. Assim, as constantes naturais universais parecem a cada um de nós ser as mesmas em nossos respectivos quadros de referência, mas diferentes no quadro de referência de outra pessoa.

No entanto, desde que os valores que vejo nos experimentos de meu amigo Alien sejam iguais aos valores que ele vê em meus experimentos, o Axioma Principal não é violado. As Leis da Física exibem exatamente o mesmo comportamento de ambos os pontos de vista. Além disso, qualquer que seja o modelo conceitual subjacente é assumido — a visão estabelecida ou minha nova visão etérica — não faz qualquer diferença. Não importa se a velocidade da luz é considerada a mesma em todos os referenciais ou apenas no referencial de um observador, o Axioma Principal é mantido.


© 19 maio à 09 julho 2013 Robert John Morton | ANTE | PROX