Capitalo 2: Um Ponto de Vista

Artigo de Rodopé: O Universo: Minha Percepção Pessoal

É largamente admitido que a ciência detém um ponto de vista objetivo do universo. Mas qualquer visão do universo apenas pode ser, como é vari­avelmente percebido, por cada consciência humana através dos cinco sentidos. Consequentemente, qualquer ponto de vista do universo deve, necessariamente, ser subjetivo. [English]

Hubble Deep Field: 56541 destaque principal 330. O universo, por definição, é um objeto singular. De tal modo, que cada parte dele está conectada, de alguma maneira, com todas as demais partes. Ele parece ocupar espaço tridimensional. As posições relativas de suas características reconhecíveis alteram-se com o tempo. Ele é assim, por defin­ição, um evento. O que quer que possa existir fora dele, não pode comunicar com qualquer coisa dentro dele. Se tal pudesse, então, as coisas fora dele, por definição, seriam parte dele, e, portanto, internas a ele. Então, o universo pode ser perce­bido apenas por entidades conscientes, que estão localizadas dentro dele. Não obstante, é possível haver aspectos do universo que devem estar, fun­damentalmente, além da percepção de tais enti­dades conscientes.

Eu me percebo, exatamente, como entidade consciente. Eu percebo o universo. Porém, a minha consciência percebe, que a profundidade e a diversidade de sua percepção física, facilitada pelo corpo dentro do qual ela reside, é bastante restrita. E é, exclusivamente, através do canal de sua percepção física, que sou capaz de perceber o universo. Então, o que este meu poder de percepção percebeu do universo físico de tempo e espaço dentro do qual eu existo?

Percepção do Espaço

A minha mais remota experiência de tempo e espaço ocorreu durante um verão, quando ainda criança, no quintal da casa de meus avós maternos. Lá havia uma grande área gramada, uma estufa de tamanho médio e, um pouco além, uma horta. O quintal possuía forma retangular. Eu desenvolvi meu senso infantil de dist­ância, direção, velocidade e, até mesmo, de aceleração, movendo-me de um pequ­eno nicho favorito a outro, banhados pelo sol do verão e salpicados de sombras projetadas pelas folhas esvoaçantes das faias e sicômoros. Era um pequeno e relativamente mundo plano para mim, que terminava, abruptamente, na cerca do jardim.

Assim que me tornei um pouco mais velho, eu ganhei mais senso do mundo além daquele. Eu me lembro das minhas viagens épicas para as compras no centro de Manchester, nas quais eu era levado pela minha mãe e meus avós, durante os dias de escuridão da II Guerra Mundial. Eu era ainda muito criança para ter con­sciência da guerra. Nada sabia sobre ela. O que me impactava era a enormidade do mundo além do quintal. Não obstante, aquele mundo maior funcionava sob as mesmas regras. O ônibus, embora mais distante e mais veloz, movia-se, essencial­mente, do mesmo modo, que eu engatinhava. Afinal, as leis do movimento são as mesmas.

Noção de espaço tridimensional. Logo, eu alcançava a idade em que, assim como todas as demais pessoas, alcançam o poder mental da abstração. Eu poderia, mentalmente, colocar as coisas em categorias e pro­priedades abstratas ou comportamentos, que eram comuns a diferentes coisas, que eu via e vivia no mundo. Notava, por exemplo, que as paredes dos quartos na casa dos meus avós eram verticais. Eu percebia, que algumas eram perpendic­ulares em relação às outras, enquanto outras eram paralelas. O piso e o teto eram horizontais, mas em diferentes níveis. Esta experiência prática observacional facilitou a minha per­cep­ção dos eixos X, Y e Z da Geometria Euclidiana. Mais tarde, ganhei a capacidade de perceber a idéia de rotação, também, em relação a estes três eixos, mutuamente, independentes.

Terra Plana

Fronteira final por George Grie, Licença GNU. Anos mais tarde, ensinaram-me na escola, que as pessoas, antigamente, pensavam, que o mundo prolongava-se por uma enor­me distância, como uma espécie de ondul­ante superfície plana. Em outras pal­avras, era uma versão muito ampliada do jardim dos meus avós. Era um mundo, que seguia regras da geometria Euclidiana. Parece, que houve grande especulação, quanto ao que era o fim ou a borda deste enorme plano euclidiana. Muitos acredit­avam, que se um navio navegasse ao longo da borda, ele cairia para sempre em um abismo infinito.

No entanto, era-me ensinado que, graças às observações objetivas da ciência ao longo dos séculos, todos nós agora sabemos, que a Terra é redonda como uma bola. Em outras palavras, é esférica. É claro, a visão objetiva da ciência diz-nos agora, que mesmo isso não é toda a verdade. A Terra é, apenas, aproxim­adamente, esférica. Para obter a forma "verdadeira" da Terra, é necessário aplicar correções elípticas. Mas, ainda assim, isto não leva em conta certas deformações gravi­tacionais (em razão da densidade do manto assimétrica), ondulações de terra e, provavelmente, 1.001 outros fatores, também.

Visão Esférica

Eu não preciso ir para a órbita ou mesmo voar em um avião, para ver que a Terra não é uma superfície plana(euclidiano). Eu vi velas de navios do Porto Felixstowe, observando como seus cascos desapareciam abaixo da linha do horizonte, en­quanto os mastros e chaminés ainda eram visíveis. Isto ilustrava, claramente, que a superfície do mar curvava para fora a partir de mim.Eu já fui em penhascos de oceano muitas vezes e em muitos lugares. Lá, em dia claro, eu vi a curvatura do horizonte no oceano. A régua do retângulo azul sobreposta na fotografia abaixo mostra, claramente, que a superfície do oceano curva, também, de um lado para o outro da minha visão. O fato de eu ter visto que o oceano curva-se, tanto à dist­ância de mim quanto de um lado a outro da minha visão, mostra, que a curvatura do horizonte do oceano é esférica. A Terra tem a forma de uma bola.

Observação do horizonte curvo do mar.

Por isso, sou cético sobre a noção, de que se não houvesse, pelo menos algumas pessoas observadoras, mesmo em tempos antigos, que não pudessem, a partir de uma visão comum, deduzir, que a superfície da Terra era curva e não plana.

Superfície homogênea fechada da Terra. A observação de que a Terra não é plana e a dedução de que ela deve ser de forma esférica, proporciona à Terra uma propriedade agradável. Ela tem uma superfície homogênea fechada. Por isto, posso percorrê-la sempre em qualquer direção, pelo tempo, cobrindo qualquer distância. E eu posso fazer isto, sem o perigo de cair fora de sua "beira" em um vazio infinito. No entanto, uma importante conseqüência de saber, que a Terra é uma esfera muito grande, significa, que, agora, eu a percebo de modo difer­ente, do que sou capaz de vê-la.

A razão que eu posso perceber a Terra como uma esfera, é que eu tenho a ex­periência de perceber esferas mais próximas do meu próprio tamanho. Por exem­plo, uma bola de futebol. Minha percepção espacial pode, portanto, ampliar a noção de uma bola de futebol a uma esfera do tamanho da Terra, sob as mesmas regras geométricas. No entanto, como um ser preso à Terra, eu nunca posso experiênciar, diretamente, a Terra como uma esfera, a partir de qualquer ponto de observação, que eu ocupe.

Projeção Polar

Para se ter uma idéia de como eu poderia perceber, diretamente, a Terra inteira, sob o meu humilde ponto de vista terrestre, eu teria, que imaginar, que eu posso ver, tanto quanto eu gosto de toda a superfície da Terra. Eu precisaria ser capaz de olhar além do horizonte. Para conseguir isso, vou realizar uma experiência mental. Eu devo imaginar, que a luz segue a curvatura da terra, permanecendo sempre, essencialmente, na mesma altura acima da superfície. Em outras palavras, imagin­arei que uma curva geodésica parece-me como uma linha reta. Então, como vou ver o mundo?

Uma projeção polar da terra. A resposta é, que eu vejo isso como um disco plano, como o mapa polar mostrado à direita. Aqui, eu estou em pé no Polo Norte da Terra, olhando para fora em todas as direções. Eu posso ver e reconhecer todos os continentes e oceanos em seus devidos lugares. Mas eles não aparecem como eles são feitos em um mapa esférico. As caract­erísticas mais próximas não são muito difer­entes. Contudo, América do Sul e Austrália parecem, seriamente, distorcidas. Antártica parece totalmente estranha. Antártica é, na realidade, um continente-ilha compacto e simples sobre a superfície esférica da Terra. Mas, do meu restrito ponto de vista terre­stre, ela parece nada mais do que uma bag­unça irregular, como um anel, espalhado ao redor da periferia.

Devo, neste momento, fazer mais uma estipulação. A luz pode viajar a partir de qualquer lugar, em qualquer latitude, incluindo o Pólo Sul em direção ao Pólo Norte. No entanto, não se pode fazer outra volta na superfície terrestre. Se pud­esse, eu veria uma multiplicidade das características da superfície da terra em anéis cada vez mais fracos e distorcidos, começando com uma visão da parte de trás da minha cabeça espalhada em torno de toda a sua circunferência. A validade desta restrição vai tornar-se evidente mais à frente, quando eu aplicar esta idéia a todo o universo.

Nesta visão, o Pólo Sul, o qual é um único ponto, aparece como um círculo de mais de 80.000 km de circunferência.

Uma iluminação-ajustada projeção polar da terra. Supondo-se que a superfície da Terra seja, uniformemente, iluminada, essa distorção vai causar a impressão de estar mais longe do meu ponto de observação no Pólo Norte, parecendo mais escuro. Por exemplo, a luz que incide sobre a Antártica está espalhada dentro do limite da minha visão. Apenas uma pequena quantidade de luz vai chegar, portanto, de qualquer direção. A luminosi­dade da minha visão do mundo deve apare­cer como ilustrado à esquerda. Eu vejo coisas mais próximas de mim, que me pare­cem mais e mais brilhantes. Eu vejo coisas mais distantes de mim, que me parecem menos e menos brilhantes. O Pólo Sul, em si mes;mo, parece-me completa­mente escuro. Por isto, provavelmente, não posso enxergá-lo.

Este modelo, do meu ponto de vista enquanto terrestre, não é tão absurdo como possa parecer. Eu poderia, ao invés da luz, optar por ver a Terra, por meio de algum tipo de over-the-horizon radar, sistema de baixa freqüência das ondas de rádio. Estes tendem a seguir a superfície da Terra. Estas ondas de rádio LF levaria cerca de 6,7 milissegundos, para chegar a mim desde o pólo sul. Uma conse­qüência disto, é que o Pólo Sul parecer-me-ia, não como ele é "agora", mas como ele foi há cerca de 6,7 milissegundos atrás. Coisas sobre o Equador vão aparecer, não como são "agora", mas como eles eram há cerca de 3,3 milissegundos atrás. Coisas de um metro à minha frente pareceria não como são agora, mas como eles eram há pouco mais de três nanossegundos atrás.

Agora acrescentarei apenas mais uma restrição para meu experimento de pensamento. Eu penso, que a luz (ou ondas de rádio LF), ao invés de apenas gastar 6,7 milissegundos, gastará cerca de 13,7 bilhões de anos para chegar do Pólo Sul até o Pólo Norte, aonde eu estou. Estou consciente do "eu", como estou agora. No entanto, as coisas apenas a um metro à frente do meu rosto vão aparecer para mim, não como são agora, mas como foram há mais de 1.000 anos atrás. Coisas sobre o Equador parece-me como estavam há 6,5 bilhões de anos atrás. O Pólo Sul parecerá para mim como estavam há 13,7 bilhões de anos atrás. Esta é apenas uma questão de escalar uma situação perfeitamente escalável. O princípio é o mesmo.

Fundo em Microondas

A teoria entre os cosmólogos, que tem prevalecido há algumas décadas, é que o universo começou com uma grande explosão cerca de 13,7 bilhões de anos atrás. O conceito é que o universo começou, de alguma forma, como uma quantidade in­imaginável de energia comprimida, em que tendeu para ser um ponto infinitamente pequeno. Isso, então, expandiu-se para o universo como ele "é" hoje. A partir desta teoria, os cosmólogos previram, matematicamente, que deveria existir um eco da explosão inicial, o qual deveria estar sob a forma de radiação electromagnética algures no espectro de microondas.

Espectro do Fundo Cósmico de Microondas. Em 1964, esta radiação foi descoberta. O perfil espectral da radiação está mostrado no gráfico à direita. Seu pico de intensidade, em torno de 170 GHz, aparentemente en­caixa-se, confortavelmente com o que pre­via a teoria. Ela foi identificada como o eco da explosão inicial, que gerou o universo, pelo fato de que as medições da intensidade foram iguais em todas direções no espaço. Desde o descobrimento desta radiação, medições cada vez melhores foram obtidas. Instrumentos modernos, instalados em saté­lites, mapeou este eco-radiação sobre toda a esfera celeste.

Eventualmente, as medições mais sutis revelaram, que a intensidade dessa radi­ação variou, levemente, com a direção celeste. Abaixo está uma projeção da superfície interna da esfera de radiação de fundo. A variação de cores indica a variação sutil da intensidade da radiação, comforme a direcção celeste, da qual a radiação está chegando.

Variações na intensidade do Fundo Cósmico de Microondas.

Universo Esférico

Esta radiação de microondas(o eco do Big Bang) é, aparentemente, o fenômeno mais distante, que pode ser detectado. Origina-se à distância máxima, que é possível "ver" no universo. Vem do que parece ser a borda do universo. Isto faz-me levantar alguns pontos interessantes sobre a percepção.

Como o universo aparece para mim, um observador humano. O universo parece-me, como observador humano, uma esfera. Estou no centro desta esfera. O fundo de microondas parece ser o casco delimitador dessa esfera. Todas as estrelas e galáxias do universo estão con­tidas neste casco. Isto sugere-me, que eu devia estar dentro do Big Bang. Da minha experiência terrestre de espaço e tempo, eu teria esperado o Big Bang aparecer como um ponto super brilhante de radiação gama, longe no espaço e, portanto, muito atrás no tempo e não um escudo de radiação de micro­ondas fraco em torno de tudo. Se é um "eco", que "espelho" está refletindo essa radiação de microondas de volta para den­tro em relação a mim?

Então, eu percebi a resposta. Não estou "vendo" o universo. Em vez disto, eu não estou vendo o universo como ele é. Ao contrário, estou vendo uma história do des­dobramento de uma parte do universo. É a parte do universo, que pode ser visto apenas da minha posição única no espaço e no tempo. Eu estou vendo o que é o meu único e pessoal horizonte de eventos. É claro que, na escala do universo, os únicos horizontes-de-eventos pessoais de todos os seres humanos na Terra são indistinguíveis uns dos outros. Mas não há dois que nunca podem ser idênticos. Consequentemente, o universo, como um todo, como está "agora", é algo, que nem eu nem ninguém nunca pode ver. Para nós, que somos ligados ao espaço e tempo, o universo "agora" não existe.

Então, como posso construir para mim, uma percepção convincente do meu pró­prio horizonte de eventos e do "universo agora", que é impossivel de ver, mas cuja existência é implicada. O único conjunto de ferramentas conceituais, que tenho em mãos, é a relação entre a minha percepção da Terra, como um planeta esférico, e meu ponto de vista, baseado na sua superfície, como o mapa polar anteriormente descrito.

Redução de Dimensão

Uma fatia bidimensional de um Horizonte de Eventos tridimensional. Na ilustração anterior acima, eu imagin­ava o universo visível (o meu horizonte de even­tos) como uma esfera oca, contendo estrel­as e galáxias delimitadas por uma concha de radiação de microondas. Mas suponha, que a esfera do horizonte de eventos 3 dimensional, que eu vejo, fosse uma vista do mapa polar de algo, que tem 4 dimensões. A única maneira, que eu posso representar tal coisa, é por reduzir o número de dimensões. Vou, portanto, representar o meu 3-D esfér­ico horizonte de eventos, por uma fatia de 2-D do mesmo. Eu, portanto, tenho um dis­co, cujo diâmetro é igual ao do meu esférico horizonte de eventos. Então, imagine, que o diagrama, mostrado à direita, representa tal disco, em vez de toda a esfera.

Gostaria de acrescentar aqui, que não me sinto, intuitivamente, confortável com o conceito de representação por uma redução em dimensões. Um plano bidimen­sional não é, realmente, uma analogia do espaço 3-dimensional. Então, ao fazer isso, eu devo estar, permanentemente, consciente de armadilhas conceituais. Eu tenho as mesmas reservas sobre a representação do tempo por uma dimensão linear espacial. O tempo é, perceptualmente, diferente do espaço. Então, para torná-lo matematica­mente equivalente, é, em minha opinião, perigoso. No entanto, eu não tenho conhecimento de nenhuma outra opção. Portanto, continuarei, com cautela apropriada, a usar a técnica de redução de dimensões, como um auxílio para a minha percepção do universo.

Horizonte de Eventos

Eu, portanto, percebo a minha visão esférica 3-dimensional do universo como um mapa polar. Minha fatia 2-dimensional do mapa polar visível do universo é uma versão dimensão-reduzida do mapa polar 3-dimensional. Dentro deste, o "Pólo Norte" do meu horizonte de eventos é o ponto no espaço e no tempo, de onde eu experimento o universo. A borda colorida de radiação cósmica de microondas é equivalente a Antártida. O ultimo aro desta borda colorida é o "Pólo Sul". A luz leva 13,7 bilhões de anos para chegar até eu, a partir desta borda exterior.

Uma esfera com 'tempo' como uma dimensão radial em expansão. Por analogia com a minha visão, baseada na superficie esférica da Terra, deduzi que o meu 2-D disco cósmico é, realmente, a sup­erfície de uma esfera, como mostrado à esquerda. A radiação de fundo, em torno da borda externa do disco, está, portanto, no pólo oposto. É o ponto de tamanho do super brilhante Big Bang. Eu incluí, no diagrama, duas latitudes arbitrárias. Uma é onde eu vejo objetos como eram 3250 milhões anos atrás. O outro é onde eu vejo objetos como eram 8.940 milhões anos atrás. A luz do Big Bang e de todos os outros objetos que eu sou (teoricamente) capaz de ver agora, via­jaram até onde estou, ao longo das geod­ésicas (linhas de longitude) do meu horiz­onte de eventos, como ele fugazmente está agora.

Mesmo um nanossegundo atrás, o meu horizonte de eventos era uma esfera um pouco menor. Mesmo um nanossegundo futuro deverá ser uma esfera, um pouco maior. Meu horizonte de eventos é uma esfera continuamente em expansão. No entanto, em qualquer instante, apenas uma parte do universo é visível para mim. Fundamentalmente, a qualquer instante, apenas uma parte do universo pode ser visível para mim. Esta parte do universo compreende uma seqüência contínua de anéis infinitamente pequenos. Cada anel corresponde a um instante no tempo, esticando todo o caminho de volta do agora para o instante do Big Bang. Cada anel é onde a esfera do meu horizonte de eventos cruza o universo-real, a cada instante, a partir de agora retroagindo ao tempo do Big Bang. Então, como o universo-real aparece em qualquer instante particular no passado?

Esfera Dentro de Esfera

Esfera do horizonte de eventos dentro da esfera de tempo em expansão. De acordo com este modelo, o universo si mesmo deve compreender a superfície de uma esfera, que é duas vezes o raio da es­fera do meu horizonte de eventos. À direita, é mostrado a esfera do meu horizonte de eventos, contido dentro do universo real. Meu local ("Eu") é um ponto sobre a super­fície esférica, que representa o universo real nesse instante. Esse mesmo ponto é tam­bém no Pólo Norte da minha esfera horiz­onte de eventos, em que a informação do passado do universo tem, neste instante, acabado de chegar. O Pólo Norte da esfera do meu horizonte de eventos é, portanto, o ponto exclusivo, do qual, eu sou capaz de experimentar o universo. As superfícies, das duas pequenas esferas concêntricas, como mostradas no diagrama ao direito, repres­entam o universo, como foi 3,25 e 8,94 mil milhões de anos atraz, respectivamente.

No centro desta esfera enorme, cuja 2-dimensional da superfície representa o uni­verso agora, é o pequeno ponto, que representa o universo como ele era quando começou. Em outras palavras, o ponto no centro desta esfera é o Big Bang. Esse ponto, no entanto, não é realmente uma esfera infinitamente pequena. O Big Bang é representado, neste modelo dimensão-reduzida, pela superfície 2-dimensional, na forma de um disco, de uma esfera infinitamente pequeno. Isto é importante. O cír­culo infinitamente pequeno de latitude, onde a superfície desta esfera infinitamente pequeno cruza com a esfera do meu horizonte de eventos, é o pólo sul do meu horizonte de eventos do.

Eu imagino que a radiação super-brilhante do Big Bang deve ter sido de uma espécie que está para além da observação científica e teoria. Vou chamá-lo super-radiação gama. Deve ter circulado em torno da superfície infinitamente compacto do Big Bang micro-universo, como a radiação de uma freqüência estupendo e do comprimento de onda planckoscopico. Como o universo se expandiu, espaço (re­presentado pela superfície 2-D da minha esfera-universo acima) também se ex­pandiu. Por consequência, a radiação, contida no espaço, deve ter expandido cor­respondente. Este processo continuou, com o resultado de que, hoje, a expansão do espaço causou naquela radiação aumentar seu comprimento de onda para cerca de 1,9 mm e reduza sua freqüência para um correspondente 160,2 GHz [ou comprimento de onda de 1,06 milímetros e frequência de 283 GHz, dependendo da forma como é calculado]. E é por isso que o Big Bang parece tão fraca quando visto a partir de hoje o Pólo Norte do meu horizonte de eventos.

Interpretação geométrica de um horizonte de eventos esférico. Eu só posso ver (ou não detecta) qualquer coisa a partir de informações que chegam ao longo de uma geodésica da esfera do meu horizonte de eventos. Por isso, a radiação, que chega do Big Bang, só pode ter vindo junto essa rota. Na verdade, ela é a única fonte de radiação que viria "igualmente" de todas as direções (linhas de longitude) ao redor da esfera do meu horizonte de even­tos. O comprimento do percurso desta radi­ação deve, portanto, ter sido ½πr, onde r é o diâmetro da esfera do meu horizonte de eventos, que é o raio da esfera "universo agora". Por conseguinte, a velocidade a que o raio da esfera-universo agora está expand­indo deve ser 2c/π, em que c é a velocidade da luz. Integrar com respeito ao tempo, o raio da esfera "universo agora", agora pode ser calculada.

Isto oferece uma possível explicação de como cheguei onde estou hoje à frente da radiação eletromagnética, que é apenas chegando aqui a partir do Big Bang. Eu levei um corte curto. Eu, ou melhor, o ponto sobre a esfera do "universo agora", que eu ocupo, viajou a rota direta radial ao longo do eixo Sul-Norte da esfera do meu horizonte de eventos. A radiação, atualmente chegam do Big Bang, por outro lado, tomou a rota longa. Ela viajou ao longo de uma linha de longitude sobre a super­fície da esfera do meu horizonte de eventos. Então, eu não preciso viajar mais rápido do que a luz, para chegar até aqui à frente da radiação. Eu só tinha de viajar, em média, pouco menos de 64% da velocidade da luz.

Continuo de Eventos

Uma conseqüência interessante deste modelo é que o meu próprio jornado através do tempo, ao longo do eixo Sul-Norte da esfera do meu horizonte de eventos, é fundamentalmente inacessível para a minha experiência. É território proibido. O meu próprio passado é tão inacessível para a minha experiência consciente, como é o meu futuro. Eu só posso experimentar o passado de uma pequena parcela do que não é eu. E quão longe volta para o passado depende de quão longe o objeto de minha experiência está de mim. Assim, o que eu sou capaz de experimentar do universo é fundamentalmente muito restrito.

Neste modelo, a esfera do "universo agora" e a esfera do meu horizonte de eventos representam o universo, e o que eu posso experimentar dele, dentro de um único instante. Talvez exista uma unidade indivisível de tempo. Algumas pessoas se ref­erem a ele como o intervalo de Planck. No entanto, pelo menos, à escala macro­scópica, não há nenhuma evidência de supor que o tempo não é um contínuo liso. Em outras palavras, um instante — como um objeto real — não existe. O tempo passa lisamente. E o tempo está passando continuamente. A noção de tomar uma imagem instantanea, congelada em tempo, não é uma realidade. É simplesmente uma con­strução artificial da imaginação.

Como o tempo torna-se mais e mais comprimido o mais para trás você vai. Para obter um quadro fiel da realidade, devo imaginar, portanto, a esfera do meu "universo agora" e a esfera do meu horizonte de eventos como estando em um estado contínuo de expan­são coordenada. No diagrama da direita, tentei ilustrar este, por retratar um período limitado de tempo, ou seja, a minha própria vida. No meu nascimento, a esfera do "universo agora" tem raio r, que é, também, o diâmetro da esfera do meu horizonte de eventos. No momento da minha morte, a esfera do meu "universo agora" expandiu-se para um raio de r + δr, que, tam­bém, é o novo diâmetro da esfera do meu horiz­onte de eventos. O raio da esfera do meu "universo agora", portanto, expande-se por uma pequena quantidade δr durante a minha vida breve, que, também, é o quantidade pelo qual o diâmetro da esfera do meu horizonte de eventos expande-se. A área sombreada (ou colorida) representa o crescente sólido, que é a diferença no volume da esfera do meu horizonte de eventos entre a instante da minha morte e a instante do meu nascimento.

Esta crescente sólida representa a minha contínuo-de-eventos. É o locus da esfera do meu horizonte de eventos enquanto eu passo atravérs da minha vida desde o meu nascimento para a minha morte. Assim, representa os limites fundamentais do que eu sou capaz experimentar do universo ao longo da minha vida enteira. É fundamental­mente impossível para mim experimentar qualquer coisa no universo que está fora da superfície limite dessa crescente-sólido.

Tempo Parece Não-linear

Uma observação marcante, que eu posso tirar dessa representação, é que o periodo de tempo, sobre a qual eu posso observar, contratos como eu ir para trás na história do universo. No momento do Big Bang, o crescente-sólido é infinita­mente fina. Isso significa que, do meu ponto de vista, o Big Bang é congelado no tempo. Este será, essencialmente, torná-la invisível. A radiação de fundo em micro­ondas, presumivelmente originou muito pouco depois do Big Bang. Se eu fosse para ouvi-la no meu scanner UHF toda a minha vida, eu seria realmente apenas a amostragem de alguns segundos no valor da radiação original. Portanto, o sinal de 160,2 GHz ouço realmente deve ser super-radiação gama de uma freqüência estupenda que tende para o infinito.

Uma ilustração mais detalhada do compressão para trás do tempo.. À esquerda, o círculo interno vermelho repre­senta a esfera que representa o universo como ele foi de 6,85 bilhões de anos antes do meu nascimento. Isso é meio caminho de volta para o Big Bang. O primeiro ponto vermelho na linha azul radial é onde meu horizonte de eventos do meu nascimento cruza a esfera do meu "universo agora". Este ponto vermelho está no círculo de intersecção (latitude) da esfera do meu horizonte de eventos no mom­ento do meu nascimento, o que corresponde ao tempo de 6850 milhões de anos antes do meu nas­cimento. Qualquer objeto sobre este círculo aparecerá como era na época. Conforme o tempo passa, tal objeto se moverá radialmente para fora a partir do Big Bang.

No momento da minha morte, que radial (linha azul) cruza a esfera do meu atual horizonte de eventos. Neste ponto, a esfera do "universo agora" representa o uni­verso como apenas uma metade da duração da minha vida mais velho do que a esfera do "universo agora" fez no momento do meu nascimento.

No momento da minha morte, eu, portanto, perceber objeto que mesmo para ser apenas metade da minha vida mais velho do que era na época do meu nascimento. O círculo exterior vermelho representa a esfera do "universo agora", que repres
enta o universo como ele realmente foi de 6,85 bilhões de anos antes da minha morte. Mas o objeto em questão está fora do meu horizonte de eventos atual na hora da minha morte. Por isso, é fundamentalmente impossível para mim a vê-lo como era então.

O resultado de tudo isso é que o tempo, como eu a vejo ao longo do meu horizonte de eventos, é não-linear. Contrai-se de acordo com uma função circular. Espaço, por outro lado, parece ampliar de acordo com a função de mapeamento esférico polar. Assim, há um aparente aumento contravergence na escala da relação entre o espaço eo tempo como eu olho mais e mais profundamente para história ao longo do meu horizonte de eventos.

Todos os precedentes que pressupõe a taxa em que o raio da esfera "universo agora", r, é crescente ser constante. No entanto, o efeito da atração gravitacional entre as estrelas, galáxias e outros objetos no universo tende a colocar um freio na taxa em que o espaço pode expandir. No entanto, porque todos os objetos são necessaria­mente ficando mais e mais distantes com o tempo, a eficácia desta freio-gravitacional fica cada vez mais fraco. A taxa à qual o raio, r, da esfera do "universo agora" está aumentando é, portanto, susceptível de ser diminuído. Então, a expansão do universo está se desacelerando. Isso tende a fazer a minha esfera horizonte de eventos algo na forma de ovo, tornando o espaço eo tempo e da relação entre eles ainda mais não-linear.

Eu tenho mais confiança na constância do π do que eu tenho na constância da velocidade da luz, 'c'. Por conseguinte, de acordo com este modelo, uma vez que o valor de c é tranquada para a taxa de aumento de r, a velocidade da luz, c não pode ter sido constante ao longo prazo (isto é, ao longo dos 13700 milhões anos da existência especulado do universo).

Voltar para 3 Dimensões

Eu tenho usado a esfera do horizonte de eventos, dentro da esfera do "universo agora", para representar o universo em expansão. É um objeto 3-dimensional em expansão constante. Para construir esta representação, no entanto, eu tinha que reduzir o espaço 3-dimensional que experimento na vida cotidiana para a área de superfície de duas dimensões da esfera do meu "universo agora". Assim, a dimensão radial da esfera parece ser uma dimensão extra, que é não-espacial.

Na minha representação, este dimensão extra se comporta como o tempo. Mas não é o tempo. É meramente uma representação espacial do tempo. O tempo não é o espaço. Uma escala, desenhada ao longo de uma dimensão espacial, pode ser usada para representar o tempo num sentido quantitativo. Mas não é, e não pode representar, o conceito de tempo. Ela não pode representar o que tempo é. Assim, a dimensão radial da esfera do "universo agora" não é o que parece. Na verdade, não existe realmente. É simplesmente um jeito de representar o comportamento de tempo.

Para criar uma representação mais realista do universo, como eu experimentar-lo, eu preciso transformar a área da superfície 2-dimensional, da esfera do "universo agora", de volta até espaço 3-dimensional e levar com ele o comportamento da dimensão radial da esfera do "universo agora". Como posso fazer isso? Como posso me livrar de uma dimensão? Uma resposta é: fazendo as três dimensões espaciais não-linear. No entanto, a sua não-linearidade não pode ser arbitrária. Deve refletir o comportamento e a influência da dimensão radial descartado com a área de 2 dimensões da superfície da esfera do "universo agora".

Não-linearidades Aninhadas

Como discutido anteriormente, o tempo parece não-linear ao longo do meu hori­zonte de eventos. A passagem do tempo, também, parece não-linear dentro do meu confinado contínuo-de-eventos, que representa como meu horizonte de eventos muda em toda a duração da minha vida. Este é o primeiro não-linearidade, que saúda a minha percepção, como eu olho fora ao universo.

Uma representação do tecido do espaço-tempo. Fui postulado um novo não-linearidade, que superpõe-se em cima do primeiro. Trata-se de que as três dimensões espaciais próprios são tornadas não-linear de acordo com a maneira como eles são limitados pelo tamanho e taxa de variação da dimensão radial no meu modelo. Consequentemente, o uni­verso que eu percebo, deve ser uma amálgama complexa destes reais e aparentes não-linearidades de tempo e espaço.

Assim, como uma entidade consciente, olhando para o universo através dos meus sentidos físicos, eu não tenho um ponto de vantagem muito boa, do qual tentar entender a realidade subjacente do universo.

O Que Eu Estou Realmente Vendo?

Lembro-me de olhar para cima de uma noite para o céu claro tropical no norte de Minas Gerais, Brasil. Eu estava muito longe das poluentes luzes da rua de qualquer cidade ou até mesmo uma vila remoto. As estrelas pulou fora antes de o pano de fundo da nuvem fantasmagórica branca da Via Láctea diretamente sobre minha cabeça. Mas o que estava realmente vendo? Seriam esses objetos exóticos, centenas de milhares de anos-luz fora, influenciando o meu sentido da visão, com o seus distanciamento majestoso?

Mas isto não é verdade. Na realidade, o meu senso de visão estava recebendo sua entrada de campos eletromagnéticos, que foram oscilando diretamente dentro das retinas dos meus olhos — naquele momento. A observação de que as minhas córneas (as lentes dos meus olhos) focalizam a minha experiência visual em minhas retinas a partir de uma curta distância na frente delas, sugere que a influência veio dessa direção particular.

Mas quão longe esse efeito visual – esta luz – veio? Realmente eu não sei. Ninguém pode medir o tempo que a luz leva para viajar entre dois pontos. Somente se pode medir o tempo que leva para fazer uma viagem lá e de volta entre dois pontos. Dividindo isso por dois não necessariamente revelam quanto tempo a luz levou para viajar somente para lá ou somente para volta.Isso é especialmente verdade se, ao longo de distâncias cósmicas, espaço e tempo são, tanto realmente e como aparentemente, compositely não-linear.

Utilizar o turno-vermelho Döppler para calcular a distância de um objeto cósmico poderia, portanto, dar resultados muito erradas. O turn-vermelho observado pode ser não devido ao efeito Döppler. Isto pode ser devido à expansão do próprio espaço, mais a contracção aparente de tempo, como visto através do contínuo-de-eventos delimitado do observador. Ou pode ser causado por um outro fenômeno.

Minha Percepção do Tempo

A minha experiência dia-dia, do mundo, dá-me uma percepção do tempo. Essa percepção é criado pelos eventos que eu vejo que ocorrem dentro do meu mundo cotidiano. A vida humana é um evento. Um concerto da noite é um evento. Cada um, no entanto longo ou curto que seja, tem um começo, um meio e um fim. Não é de estranhar, portanto, que eu estou tentado a usar essa estrutura para tentar obter uma visão conceitual do universo.

Mas há um problema com este. A vida humana ou a um concerto não são eventos realmente completas. Eles são apenas características identificáveis ​​do primeiro e único evento real, que é o universo. A vida humana é procriado. Algo aconteceu, a fim de realizá-lo, como uma fase de identificavel, no dinâmico continuum da vida no planeta. Ela provavelmente irá, também, ser a parte procriadora de outra vida humana a seguir. Da mesma forma, um concerto tinha que ter um procriador. Alguém tinha que organizar-lo. Seus músicos tiveram que passar muitos anos aprendendo a tocar seus instrumentos para tão altos padrões.

O universo, por outro lado, é, por definição, um evento completo. Nada causou-lo. Se tivesse uma causa, então seria uma parte do que causou-lo. Além disso, não é capaz de causar nada além de si mesmo. Se fosse para o fazer, em seguida, o que foi causado por ele seria uma continuação dele, e assim seria parte dele. Isso exige que o começo percebido do universo seja o que os matemáticos chamam uma singularidade. Uma singularidade é onde tudo desaparece no nada ou aparece do nada. Consequentemente, o falecimento percebido o universo também deve ser necessariamente uma singularidade.

Eu já disse que eu não me sinto confortável, intuitivamente, com dimensão-redução como um meio de tornar os modelos dinâmicos de espaço e tempo mais fácil para representar geometricamente em uma peça de papel ou na tela plana de um computador. Eu me sinto da mesma maneira sobre singularidades. Os matemáticos podem construir funções com singularidades. Mas eles não combinam bem com a minha experiência do mundo real. Assim, a idéia de que o universo teve um começo absoluto abrupta não descansa bem em minha mente. O início do tempo é uma noção incongruente para mim.

É claro, a matemática, que os cosmólogos teóricos usar, de forma objetiva modelar a evolução do universo a partir de um ponto inicial no tempo, parece bem comportado. Não obstante, eles não podem ter certeza de que os operadores e variáveis ​​que estão usando são válidos em tais remotas regiões desconhecidas, como as profundezas do universo. Todas as técnicas matemáticas deles mentir comprovada apenas dentro do nosso pequeno domínio terrestre. Mas suponha que todas as variáveis, que são ​​assumidas ser linear, de fato não são. E suponha-se que essas variáveis ​​não podem ser relacionados por operadores matemáticos conhe­cidos, como + - × ÷ Grad, Div, Curl etc. Eu penso que é loucura para andar de patins fora, para os reinos de fadas, onde modelos matemáticos são geometric­amente inimaginável. Extrapolando sim­bolicamente, para além do que se pode conceber, é perigoso.

Tecido do Universo

O universo é, por definição, um único objeto. A concepção, dentro da minha mente, é que ele é composto de uma espécie de tecido, feito de campos de força. Todos os recursos que existem dentro do universo - ondas, partículas, átomos, moléculas, planetas, estrelas, galáxias, etc - pode, portanto, ser nada mais do que oscilando pregas ou convoluções dentro deste tecido universal. Eu, portanto, perceber todas as coisas físicas como estruturas de ondas presas, ou onas em movimento, dentro deste tecido universal.

Não obstante, o tecido universal não parece ser simplesmente semelhante a uma peça de tecido ou uma membrana de látex. Parece haver algo bem diferente sobre isso. Parece ser infinitamente elástica e twistable, e parece fluir como um líquido. É como se este tecido universal é continuamente sendo extrudado, de cada fonte de informação, em todas as direcções, à velocidade da luz.

Eu uso fonte de informação como um termo genérico para incluir todas as perturb­ações que viajam dentro do tecido universal. Estes incluem ondas eletromagn­éticas, ondas gravitacionais e qualquer outro fenômeno que pode trazer inform­ações detectáveis para um observador sobre um evento, que ocorreu dentro do seu passado horizonte de eventos.

Vou ousar tomar a liberdade de extrapolar essa idéia e propor que o tecido univer­sal extrude-se de cada ponto do espaço à velocidade da luz. Consequentemente, do ponto de vista de cada ponto no espaço, o tecido universal parece ser extrudindo continua­mente para longe dele, em três dimensões.

Representação de um átomo como uma estrutura de ondas estacionárias. Se uma estrutura de onda estacionária, tal como um átomo, cai para um estado de energia mais baixo, faz com que uma ruga local no tecido universal. Por que o tecido está extrudindo con­tinuamente, como uma correia transportadora esférica em todas as direcções à velocidade da luz, ele transporta o ruga fora do atomo. O ruga aparece assim como um impulso electromag­nético, divergendo em todas as direcções, a partir da local­ização do átomo, na velocidade da luz.

No entanto, não é a onda que se move. A onda é algo que égravado no tecido extrudido, uma vez que diverge para fora em todas as direcções. A onda viajante é assim como a pele derramado por uma serpente, enquanto se move ao longo de sua jornada. Isto é consistente com o meu modelo dimensão-reduzida, onde o espaço do universo é representada pela área da superfície da esfera do "universo agora". A luz de uma fonte distante galáctico chegar no meu olhos parece-me ter viajado ao longo de uma (linha longitudinal) geodésico da minha esférico horizonte de eventos. No entanto, uma vez que a única realidade no meu modelo é a superfície da esfera "universo agora", o caminho real da luz deve ter sido ao longo de uma geodésica da esfera do "universo agora". A velocidade da luz no universo real deve, portanto, ser 2c.

Ilustração da noção de que um evento torna-se uma onda. Se o raio, r, se expande a uma velocidade de 2c/π, então a superfície do "universo agora" esfera está em expansão em circunferência, a uma velocidade de 4c, isto é, 2c em cada uma das duas direcções opostas. Qualquer "ponto no espaço" estacionário, na esfera do "universo agora", portanto, expan­de-se, como um círculo de raio crescente, á medida de que a esfera do "universo agora" expande-se com o tempo. Um ruga feita no tecido, por um átomo que emite uma onda, em um ponto no espaço e no tempo, portanto, naturalmente se move para fora, como um círculo em constante expansão, cujo raio aumenta a uma taxa de duas vezes a velocidade da luz.

No entanto, este tecido universal é mais estranho ainda. Um átomo pode absorver a energia de uma onda eletromagnética viaja. A energia absorvida faz com que o átomo de mudar para um estado de energia mais alto. Mas de acordo com a minha ideia de tecido universal, não é a onda que está impactando o átomo. É o átomo que está colidindo com a onda. Ou melhor, ele é parte de um enorme esférica "ruga no espaço" que passa o ponto no espaço onde o átomo está localizado e, assim, chuta o átomo em uma energia mais elevada do estado. Isto é o que acontece quando os átomos apropriados na retina do olho, observar a chegada de uma onda de luz.

Quando a luz, de uma fonte distante, chega em meu olho, meu olho só capta energia de a pequena parte da expansão frente de onda esférica que corresponde ao tamanho do meu olho. O resto do enorme onda esférica passa ou é absorvido em outro lugar. O mesmo ocorre para outras fontes de luz a partir de outras dir­ecções no espaço. Juntos, os pedaços capturados por todas as fontes parecem con­vergir para o olho com a velocidade da luz. Todos eles são transportados por que parece ser um aspecto deste tecido universal, que é continuamente convergindo para dentro do ponto no espaço onde está localizado o meu olho. Os remane­scentes das grandes frentes de onda esféricas de todas estas fontes de passam por sem efeitar o meu olho. Eles estão fora do meu passado horizonte de eventos. Eles não, portanto, fazem parte do meu universo. Eu posso ter nem senso deles nem ligação com eles. Para mim, eles não existem.

No entanto, a luz que eu vejo não aparece como um círculo cada vez menor de espaço na esfera do meu "universo agora". Ela sempre aparece a chegar de sucessivas "universo agora" esferas do passado ao longo da circunferência da esfera do meu passado horizonte de eventos. Assim, do meu ponto de vista, ao longo da esfera do meu horizonte de eventos, o espaço é aparentemente sendo sugado dentro do meu ponto de observação na velocidade c de todas as direções. Consequentemente, bem como extrusindo o tecido universal em todas as direções, o meu ponto de observação parece, independente, ser sugando o tecido universal para dentro, de todas as direções. Fazendo a mesma extrapolação, posso propor que cada ponto no espaço também está sugando este tecido universal para dentro na velocidade radial da luz?

Paradoxo de Perspectiva

Cada ponto no espaço, assim, parece estar em comunicação full-duplex contínuo com todas as outras. E é isso que unifica o universo. É o que o torna um universo. Mas também levanta um paradoxo. Isto significa que o espaço, representado no meu modelo pela área da superfície da esfera expandinda que eu chamei o "uni­verso agora", não está somente em estado de expançãp, mas està, coincidente­mente, em um estado de colapse. Para além de ser vomitado-out, que também está a ser chupado para dentro em cada ponto no espaço.

Isso faz com que o Big Bang nada mais do que uma construção visual — um ponto de fuga da perspectiva — a partir do qual ao aspecto da expansão de espaço-tempo está projetada sobre o meu horizonte de eventos pessoal. Então, daqui resulta que um segundo ponto de fuga — um Anti-Big Bang — deve existir, que corresponde ao aspecto do colapso de espaço-tempo está projetada sobre o meu horizonte de eventos pessoal. Eles são análogos para os dois pontos de fuga necessárias para construir uma projeção de um cubo 3-dimensional (realidade física) numa folha de papel ou para uma tela plana (o meu horizonte de eventos pessoal).

Este duplexity sugere um estado dinâmico contínuo, ou, pelo menos, um estado meta-estável. Assim, marginaliza as singularidades no início e fim do tempo e espaço, por que os pontos de fuga não têm existência real. Claro, eu não posso representar esta dentro do meu modelo de dimensão-reduzida. No entanto, posso imaginá-lo, bastante convincentemente, dentro de um continuum dinâmico finito de 3-dimensional espaço não-linear.

O aparente paradoxo física, do espaço sendo tanto de extrudado de, e sugado para, cada ponto, coincidentemente, parece muito complicado. Isso me lembra a polêm­ica geocêntrico contra heliocentrismo na época de Nicolau Copérnico. É claro que os movimentos dos planetas aparecem muito mais simples se nós consider­armos o sol, em vez da terra, como o centro do sistema solar. Não obstante, a posição do observador não pode alterar o mecanismo. Fingindo ser no centro do sol não sim­plifica as leis da física: ele apenas altera o ponto de vista do observador. Todas as posições de observação são igualmente válidas, qualquer que seja o objeto que está sendo observado. É justo que as coisas podem parecer muito mais complicados a partir de algumas posições do que de outros.

Mais um paradoxo é que, sob o modelo acima, a velocidade, c, na qual a luz parece viajar através do espaço de uma fonte para uma pia, deve ser sobreposta à taxa em que o espaço aparentemente está expandindo-se. Isso, também, pode au­mentar ou diminuir com o tempo ou a distância ao longo de qualquer radial do horizonte de eventos de um observador.

Talvez, por isso, é por causa da nossa posição de desvantagem, dentro da vastidão do espaço e do tempo, que só podemos chegar com o equivalente a complicadas "visões geocêntricas" do universo. Se pudéssemos observar a partir de um ponto de vista diferente (como andar em um feixe de luz), talvez pudéssemos ter uma visão mais simples e mais satisfatório do que o universo é. Por exemplo, talvez pudés­semos aplicar uma transformação geométrica, para o extrusão e o engoli­mento do espaço, que poderia transformá-los em um único quadro-de-referência "estacion­ário". Talvez, a partir de tal ponto de vantagem, o universo poderia apar­ecer um pouco mais "heliocêntrica".

Hora Para Pensar de Novo

Como um observador consciente, olhando para o meu exterior através dos meus sentidos físicos, o que eu realmente vejo? Eu vejo uma pessoa; um ser humano companheiro. Ela está sentada em sua mesa, trabalhando com o computador, enquanto eu estou trabalhando com a minha. Sua cabeça é de cerca de 1½ metros do meu. Mas eu realmente não a vejo como ela está agora. As leis da física não me permitirão vê-la como ela está agora. Eles só me permitirão vê-la, ela estava 3 nanosegundos no passado. Olho pela janela. Eu vejo a cidade delimitada por uma cordilheira cerca de 15 quilômetros de distância. Mas eu não estou vendo a cal­çada da montanha como está agora. Eu só posso vê-lo como estava 50 micro­seconds no passado.

Como sei quanto tempo a informação precisa, para chegar aos meus olhos, a partir do meu colega e das montanhas? Preciso saber a distância física entre a minha cabeça e a do meu colega e a distância física entre a minha cabeça e a cordilheira na beira da cidade. Em seguida, preciso saber a velocidade da luz nesses domínios respectivos. Posso julgar, por visão, a distância física entre a minha cabeça e a cabeça do meu colega. Se eu quiser ser mais preciso, posso usar a minha fita métrica de aço. Conheço a distância das montanhas do meu mapa e também do odômetro no meu carro quando dirijo ao parque público localizado no lado próximo das montanhas.

O tempo que leva a luz para viajar para um espelho remoto e para voltar foi med­ido com muita precisão para distâncias medidas entre a fonte/coletor de luz e o espelho remoto. É assumido — razoavelmente, eu penso — que, em tais distâncias terrestres curtas, a luz leva metade do tempo para viajar, ao longo de um trecho, que é necessária para fazer a viagem de ida e volta completa. Estou confiante de que a velocidade da luz, tão determinada, é válida e precisa no domínio terrestre em que foi medida. Posso, portanto, usá-lo para determinar quanto tempo a luz gasta para alcançar à cabeça do minha colega e das montanhas na periferia da cidade.

A noite cai. Eu vejo a lua. Mas não estou vendo-a como está agora. Eu apenas estou vendo-a, como ela estava há aproximadamente 1,3 segundos atrás. Através de um telescópio, posso ver a estrela Proxima Centauri. Mas eu estou vendo-a como estava há um pouco mais de 4 anos atrás. Se eu fosse olhar através de um grande telescópio astronômico, poderia ver a Galáxia de Andrómeda. Mas eu somente a veria como estava há 2½ milhões de anos atrás. Os astrônomos medem essas distâncias usando métodos de paralaxe. Eles usam a trigonometria, para medir a distância de uma estrela ou galáxia de como sua posição muda, contra o pano de fundo de objetos mais distantes, à medida que a terra move-se de um ponto em sua órbita, para o ponto diametralmente oposto. Portanto, a distância do objeto é medida em múltiplos e frações do diâmetro da órbita da Terra ao redor do sol. A trigonometria, também, é o meio de relacionar o diâmetro da órbita da Terra ao redor do sol (conhecida como 1 unidade astronômica) às distâncias fisicamente mensuráveis na superfície da Terra.

Assim, as distâncias da Lua, a estrela Proxima Centauri e a galáxia de Andromeda são calculadas pela trigonometria em termos de unidades de distância tangíveis. Não obstante, para colocar um valor no tempo que leva luz para chegar a partir deles, devo assumir que a luz viaja à mesma velocidade lá fora, como faz no laboratório terrestre, onde foi medido. Esta é uma suposição razoável, penso eu. Mas, no entanto, é uma suposição. Consequentemente, o tempo atrás, em que estou realmente vendo esses objetos, depende da validade dessa suposição.

Para objetos cosmológicos, além de um bilhão de anos-luz, a trigonometria não é suficientemente precisa para dar valores aceitáveis. Outro método é necessário. Para objetos suficientemente próximos, para que as suas distâncias sejam medidas usando trigonometria, observa-se um fenômeno cuja magnitude corresponde à distância. É conhecido como redshift (deslocamento vermelho). O deslocamento vermelho é pensado para ter três causas: o efeito Döppler eletromagnético, a deformação gravitacional do espaço-tempo e a taxa de expansão do próprio espaço.

Supondo que a linearidade do fenômeno de deslocamento vermelho, até um bilhão de anos-luz, pode ser extrapolada, então pode ser usada para medir as distâncias de objetos além de um bilhão de anos-luz. O fenômeno cosmológico, com a maior deslocamento vermelho observada, é o fundo de microondas mencionado anterior­mente. Sua deslocamento vermelho, z = 1089, corresponde a uma distância de cerca de 13,7 bilhões de anos-luz.

Mapa do Fundo Cósmico de Microondas. Conseqüentemente, enquanto escuto o silvo do fundo do microondas no meu receptor de rádio, estou ouvindo algo que tem idade de 13,7 bilhões de anos. Se eu olho para o mapa esférica de intensidade do fundo de micro­ondas cósmica, como mostrado à direita, estou vendo o universo como estava 13,7 bilhões de anos atrás.

Mais cedo, neste ensaio, usei um mapa polar da Terra como uma analogia bidimen­sional do meu horizonte de eventos esférico, definido dentro de uma esfera do "universo agora", cuja dimensão radial representava o tempo. Isso mostrou que um super-brilhante infinitamente-pequerno Big Bang, depois dos 13,7 bilhões de anos, que a luz dele gastava a atravessar a superfície da minha esfera de horizonte de eventos, apareceria como a vasta esfera esparsa da radiação de fundo de micro­ondas. Não obstante, esse modelo inteiro envolveu a representação do tempo como uma distância através de uma dimensão espacial fictícia, ou seja, o raio da esfera do meu "universo agora". No entanto, a esfera do "universo agora", e sua dimensão radial, são construções mentais, que não fazem parte da realidade tangível. Quero agora ter uma visão estritamente pragmática do que realmente vejo.

A premissa da minha visão pragmática deve ser que só posso ver — ou ser afetado por — a parte do universo que enquadra-se no meu horizonte de eventos passado. Então, esta é a única coisa que eu posso considerar e examinar. Tudo fora do meu passado horizonte de eventos é totalmente irrelevante. Também pode não existir. Então, eu continuarei com o que — de uma forma ou de outra e com a ajuda de instrumentação artificial, se necessário — eu posso sentir fisicamente.

A característica mais distante, no meu horizonte-de-evento passado, é a radiação de fundo de microondas. Seja ou não 13,7 bilhões de anos-luz de distância depende da verdade ou da falsidade dos pressupostos de que a velocidade da luz seja constante e que o espaço e o tempo sejam lineares. Além disso, se eu realmente estou ou não vendo-o como estava naquela epoca remota, depende se o espaço-tempo, no meu passado-horizonte passado, distorceu sua aparência. No entanto, não tenho meios de saber se essas suposições são verdadeiras ou falsas. Con­seqüentemente, não tenho escolha se não assumir que o conteúdo do meu passado horizonte-do-evento é - ou melhor, era - como eu vejo.

Vejo o fundo do microondas como um fluido vasto, escasso e quase homogêneo. Parece um nebuloso de nada, de densidade de energia praticamente zero. E minha visão pragmática deve ser considerá-lo como sendo — ou melhor, tendo sido — como eu vejo. Conseqüentemente, isso deve ter sido o estado do universo quando estava jovem. Então, no passado tão distante, não parece que fosse uma singular­idade super-quente. Parece que o universo começou como uma imensamente grande esfera de espaço frio, banhado por radiação de microondas.

Se o fenômeno de deslocamento vermelho realmente for um verdadeiro guia para a distância, é evidente que, com uma proporção de deslocamento vermelha de 1089, a fonte do fundo de microondas é, além de tudo, o meu mais distante e, portanto, o meu mais jovem fenômeno observável. Por outro lado, eu, como o observador, sou necessariamente o fenômeno mais antigo no meu horizonte de eventos passado. Todo outro recurso observável no meu horizonte de eventos passado é, portanto, mais jovem do que eu e mais antigo que a origem do fundo de microondas. A próxima espécie mais jovem, de objetos cósmicos observáveis, parece ter uma taxa de deslocamento vermelho de cerca de 11. No entanto, a relação entre desloca­mento vermelho e distância parece ser muito não-linear, sendo na realidade bastante próxima de uma função sigmoide. Mas isso ocorre porque, o espaço em si — como atualmente postulado pela cosmologia conven­cional — é pensado para ser num estado de expansão continua.

Mas suponha que o espaço não esteja se expandindo. Suponha, em vez disso, que todo o nosso conceito de espaço, como extensões referentes a três eixos mutua­mente perpendiculares, não é tão fundamental quanto talvez se tenha levado a supor a partir de nossa formação e experiência dentro do nosso útero terrestre. Suponha que o fundamento do espaço não seja a distância, mas a velocidade rela­tiva, a distância sendo meramente o caso especial de zero velocidade relativa. Além disso, suponha que o tempo, em vez de ser uma quarta dimensão, é, real­mente, uma parte inseparável de cada uma das três dimensões do espaço-velocidade. O tempo é, portanto, algo que flui, radialmente para dentro do observ­ador, a uma taxa constante, a partir de todas as direções, desde a extremidade infinita do esférico horizonte de eventos passado do observador.

Essa idéia fica muito mais confortável com minhas observações pragmáticas. A base da minha experiência consciente da vida é a de ser permanentemente en­saiada em uma singularidade difusa no meio do meu universo, com informações caindo para mim, como flocos de neve, de todas as direções. Luz e som me falando sobre o meu colega sentado ao meu lado. Luz diz para mim sobre as montanhas no horizonte, a lua, estrelas e galáxias. As microondas revelam para mim a presença do fenômeno mais antigo no Cosmos. Mas essa informação está caindo sobre mim igual um objeto cai sob a gravidade? Ou é outro mecanismo que os traz para mim?

As ondas de som, criadas pelo clique das teclas do teclado do computador do meu colega, estão sendo propagadas através de um fluido tangível chamado ar. Por analogia, as pessoas assumiram inicialmente que, portanto, a luz deve se propagar através de algo que eles primeiramente pensaram como um éter luminífero. No entanto, os cientistas falharam consistentemente para detectar sua existência.

Não obstante, o espaço tem duas propriedades fundamentais, que a ciência se ref­ere como sua permitividade elétrica ε0 e sua permeabilidade magnética μ0. O produto dessas duas propriedades medidas do espaço livre tem as dimensões do recíproco de uma taxa de variação de área. Isso invoca, dentro da minha imaginação, uma visão de um volume que está em colapso com uma velocidade radial constante c = √{1/(ε0μ0)}. Parece-me, portanto, que a essência do espaço — o que agora devo referir como o éter — é algo que somente pode existir enquanto estiver em movi­mento [um estado de fluxo], convergindo para o meu ponto de consciência à velocidade da luz. Quando atinge o meu ponto de consciência, não pode ir mais longe. Então, ele pára e, consequentemente, deixa de existir.

Estou convencido de que é esse fluxo convergente constante do éter, em direção ao meu ponto de consciência, que me dá o senso do tempo. De fato, em minha mente, vejo o éter — a essência do espaço — como sinônimo de tempo. O fluxo do éter é o fluxo do tempo.

Naturalmente, percebo que não sou o único observador consciente do universo. O meu colega, na mesa ao lado do meu, também é um observador consciente. Ela, portanto, tem seu próprio horizonte de eventos passado, cujo centro está deslocado do centro do meu horizonte de eventos passado em cerca de 1½ metros. Penso, portanto, que é razoável supor que o éter — a essência do espaço e do tempo — também está fluindo convergentemente para dentro do centro de consciência dela. Todos os observadores experimentam o fluxo de tempo. Conseqü­entemente, cada um deve ter seu próprio fluxo etéreo privado, convergindo para ele desde a extremidade do universo. Mas são apenas observadores conscientes que têm o privilégio de um fluxo separado etéreo privado? Eu penso que não.

Essência do modelo de fluxo etéreo do universo. Minha experiência de pensamento aqui é que a grande maioria do que eu visualizo como um universo esférico contém éter que flui radial­mente em direção a um volume muito pequ­eno no centro. Este pequeno volume é preen­chido pelo que eu chamo de furo de pia. É nestes que o éter flui. O éter é um fluido de velocidade. Só existe em um estado de fluxo. Então, uma vez que chega a um furo, deixa de fluir e, portanto, deixa de existir. À medida que o éter entra em um sumidouro, ele se separa em seus componentes positivos e negativos, produzindo um fluxo para trás na forma de ondas estacionárias. Isto é o que é percebido como uma partícula primária. Estes formam estruturas compostas de ondas estacionárias, nomeadamente átomos e moléculas.

Nesta visão alternativa do universo, a radiação eletromagnética não se desloca para fora de sua fonte, como uma frente de onda esférica, expandindo-se radial­mente à velocidade da luz. Em vez disso, a fonte apenas grava tensões eletro­magnéticas no éter à medida que passa, em sua jornada radial em direção ao seu furo-de-pia.

Também nesta visão alternativa do universo, enquanto olho mais para trás no meu horizonte de eventos passado, vejo uma parte do universo que é muito mais jovem. Os furos-de-pia são muito mais homogêneamente distribuídos. Eles ainda não tiveram tempo de gravitar um para o outro. O fluxo do éter é, portanto, muito menos radialmente alinhado. O tempo está fluindo em direções diferentes. Então, o composto dos componentes do tempo que flui em minha direção corre mais devag­ar. A radiação eletromagnética dessa época, portanto, aparece vermelha desloc­ada.

Minha sensação de um universo em colapso continua no domínio dos objetos materiais. Estes também parecem convergir para mim como flocos de neve caindo. A poeira é pensada para ter colapsado - sob a influência do que é percebido como atração gravitacional - para formar rochas, asteróides, planetas e estrelas. As órbitas desses objetos colapsam gradualmente até colidirem e se juntam. Parece, portanto, que o universo material também está em um estado de colapso gradual.

Claro, sabemos que o raio da órbita da Lua ao redor da Terra está, no momento presente, aumentando. Mas isso ocorre porque a Lua está sendo continuamente empurrada para uma órbita mais alta, através do acoplamento gravitacional da maré oceânica, pela rotação rápida da Terra. Eventualmente, a taxa de rotação da Terra diminuirá e a órbita da Lua irá decair. E as estrelas em colapso explodem. Mas a energia de suas explosões é sempre muito menor do que a energia do colapso gravita­cional que provocou a explosão. A maioria deste energia fica presa em um buraco negro ou estrela de nêutrons.

Essa alternativa e altamente subjetiva visão pessoal do universo é explicada em maior detalhe na minha série de ensaios sobre O Universo. O universo em colapso, que acabei de descrever, parece ter apenas uma existência transitória. Não é cíc­lico como os dias e as noites de Brahma. Não é eterno. Como eu me sinto sobre isso? Não é tão ruim. Talvez tenha apenas um propósito temporário - um signifi­cado transitório - que, uma vez cumprido, não o exigirá mais.

Significado do Universo

O universo tem um significado apenas do ponto de vista de uma entidade con­sciente, que está percebendo isso. Como uma entidade consciente, eu sou obrigado a perceber o universo, ao longo do meu atual horizonte de eventos, a partir do ponto no espaço onde eu estou atualmente localizado.

No meu modelo dimensão-reduzida, a área da superfície da inflando-esfera do "universo agora" representa o espaço expandindo do qual o universo é composto. É fácil de visualizar que, sobre a superfície desta esfera, qualquer ponto tem exacta­mente o mesmo status de qualquer outro ponto no mesmo. Não existe um "ponto zero". Não há nenhum ponto de referência absoluto. É um universo relativista. Consequentemente, embora cada observador percebe o universo do ponto de vista ligeiramente diferentes, deve aparecer, para todos os observadores, comportar-se em exatamente a mesma maneira. Assim, todos os observadores conscientes são iguais. Nenhum é rei.

O universo é, portanto, de tal natureza, que eu posso perceber você somente si você está, no momento atual, dentro do meu horizonte de eventos passado. Con­seqüentemente, posso apenas receber uma mensagem de você que você enviou para mim em algum momento em meu passado. Reciprocamente, você só pode receber de mim uma mensagem que enviei em um momento em seu passado. Consequentemente, para que sejamos capazes de envolver-se em comunicação full-duplex, nossas mensagens devem atravessar nossos horizontes-de-eventos alterna­mente, que saltam um sobre do outro como sapos, segindo a esfera do "universo agora", como ela expande-se com o tempo. É esta profunda propriedade do uni­verso que cria a possibilidade de comunicação entre entidades conscientes.

Um corolário pungente de tudo isso é que eu, como uma entidade consciente, existem exclusivamente em algum ponto na esfera do "universo agora". Esse ponto coincide com o "Pólo Norte" do meu horizonte de eventos. Do meu ponto de vista, o ponto em que a minha consciência está localizado é o mais antigo ponto no uni­verso. Tudo o que eu percebo é no meu passado. É, portanto, mais perto do mom­ento do Big Bang que eu estou. Consequentemente, para mim, tudo mais que existe em outros lugares do universo, são, necesariamente, mais jovens do que o ponto onde a minha consciência está localizada. Consciência, portanto, só deve existir somente na vanguarda do espaço-tempo. É como se a casca hipotética, que circunda o universo em expansão, é a própria localização — e, de fato, a própria essência — de consciência. Consequentemente, se é possível, de qualquer meio, para todos as entidades conscientes para comunicar-se um com outro diretamente, então isso comunicação deve ocorrer ao longo ou através da membrana de super­fície deste a casca hipotético.

O universo como canal de comunicação entre seres conscientes. O significado do universo, do ponto de vista de entidades conscientes, como nós, é que forn­ece-nos os meios para percebermos uns aos outros, para se comunicar e, consequente­mente, relacion­ar. O tecido universal é o que liga juntas todas seres conscientes. Sem ele, nos seríamos separ­adas, uma da outra, para sempre numa prisão escura, silenciosa de isolamento eterno. Mas este tecido universal não é apenas como um link de rádio entre as consciências individuais. Ele tam­bém fornece o contexto da linguagem na qual nos comunicamos e da própria essência do conteúdo do que podemos transmitir uns aos outros. Isto, em conseqüência, torna-se a própria essência do que somos in­dividualmente como entidades conscientes.

A estrutura espacial do universo, e nossa capacidade de mover-se independent­emente dentro dela, benignamente regular a intensidade com a qual podemos nos comunicar e se relacionar. Proximidade espacial facilita a troca intensa entre nós. Esta intensidade diminui rapidamente com o aumento da distância. Quando est­amos perto, podemos nos comunicar com uma intensidade que tudo consome. Quando estamos longe, ainda podemos comunicar, mas sem ele consumir toda a nossa atenção. Ela oferece a cada um de nós a liberdade para decidir o grau de socialização ou a solidão que nós deseja ou necessita no momento. O universo, por­tanto, facilita o nosso desenvolvimento espiritual ou evolução como seres con­scientes. Mas cabe a cada um de nós para implantar este recurso de forma sensata e construtiva, ou insensatamente e destrutivamente.

Se você fosse a visitar Marte, enquanto eu permanecia na Terra, não haveria um atraso muito grande entre mim falando com você e meu ouvir sua resposta. Isto poderia ser qualquer coisa entre 6 e 45 minutos, dependendo da distância entre a Terra e Marte no naquela momento. Este é impraticável para a realização de qualquer tipo de conversa, apesar seria bastante adequado para correspondência por e-mail. O universo é tão grande que muitas pessoas pensam que há uma boa chance de que alguns outros planetas poderia ser anfitrião de vida inteligente. Se assim for, poderíamos conversar com eles pelo rádio e, portanto, desenvolver rel­ações benéficas com eles também?

Quanto ao que o universo é e como funciona, nunca podemos realmente saber. Para isso, teríamos de ser capaz de observá-lo a partir de seu exterior, que, por que somos parte dela, nós nunca podemos fazer. Nós podemos apenas especular. Con­sequentemente, todas as idéias sobre o universo, sejam elas a moda coletiva atual dos acadêmicos de clausura ou os ociosos mentais meandros de um leigo teórico como eu, deve necessariamente ser subjetiva, mas igualmente válido para consideração.


Parent Page | © 18 novembro 2010, 17 outubro 2012 Robert John Morton
traduzido por Dayse do Nascimento Silva